Quanto antes identificada e tratada, menores são as chances de sequelas irreversíveis
No próximo domingo (dia 28) será celebrado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais e o Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil) aproveita a data para alertar sobre a importância do diagnóstico da doença. Estimativa da organização internacional não governamental Aliança Mundial contra a Hepatite aponta que existem hoje cerca de 300 milhões de pessoas no mundo que vivem com a doença sem o saber. No Brasil, de acordo com último relatório do Ministério da Saúde de 2017, os casos confirmados chegaram a 587 mil.
O gastroenterologista do Seconci-SP, Moacir Augusto Dias, explica que a hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus e bactéria, ou pelo uso excessivo de medicamentos, álcool e outras drogas, ou ainda por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. “Quanto antes identificada e tratada, menores são as chances de evolução para estágios mais severos que causam sequelas irreversíveis, podendo até levar ao óbito”, explica.
Tipos de hepatite
O especialista destaca que os vírus causadores da hepatite viral são denominados pelas letras A, B, C, D e E. Os sintomas são semelhantes em todos eles, causando mal-estar, dor abdominal (principalmente no lado direito do abdômen), febre, dor de cabeça, cansaço, vômitos, pele e olhos amarelados (icterícia), coceira pelo corpo, urina escura e fezes claras. Porém, algumas vezes, esses sintomas não aparecem e os sinais podem ser confundidos com outros tipos de virose, de tratamento mais simples.
“Nos casos da A e E, principalmente em locais onde a higiene básica é precária, a transmissão se dá por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados. Já os tipos B, C e D são transmitidos pela relação sexual desprotegida ou pelo compartilhamento de objetos de uso pessoal contaminados, como lâminas de barbear, agulhas, seringas, equipamentos de tatuagem e piercing”, ressalta o médico.
O dr. Dias salienta que, após a contaminação, o vírus passa por quatro estágios no organismo: incubação, prodrômico, de estado e crônico. Os sinais mais severos, como a urina cor de Coca-Cola, por exemplo, só aparecem na terceira fase. Por este motivo, é muito comum que sejam confundidos, nos dois estágios iniciais, com sinais de virose, razão pela qual é importante que o paciente evite a automedicação e procure o médico para que seja efetuado o diagnóstico adequado.
Prevenção e tratamento
Segundo o médico do Seconci-SP, atualmente, existe vacina para os tipos A e B da doença, em que é usado o vírus inativado (morto) da hepatite A e da proteína de superfície do vírus da hepatite B para a construção da proteção. Como o tipo D da enfermidade precisa do vírus da categoria B para se instalar, a vacina da hepatite B também protege contra a D. “Quando a pessoa é imunizada não existe perigo de desenvolver a enfermidade, razão pela qual esta é uma medicação muito eficiente no combate a estes tipos da doença”, pondera.
Quanto às demais variações da enfermidade, as formas mais simples de prevenção são: nunca compartilhar materiais como alicates de unhas e seringas; higienizar bem as mãos e lavar as frutas e legumes antes de consumir; ter uma rede de esgoto adequada aos padrões de higiene e não manter contato com águas de enchentes.
O tratamento das hepatites virais, quando descobertas no início, se dá por repouso absoluto, boa alimentação e hidratação. Quando a doença está em um estágio mais avançado, dependendo da hepatite, é necessário o uso de medicamento. Entretanto, destaca o especialista, isso é avaliado caso a caso pelo médico.
De acordo com o dr. Dias, quanto antes a pessoa iniciar o procedimento regenerativo, menor será a chance de o paciente desenvolver cirrose hepática e até mesmo um câncer no fígado, no caso da hepatite B e C. “Por este motivo, no Seconci-SP, quando o trabalhador nos procura com sintomas da doença além da avaliação clínica, ele também é encaminhado para a realização da Sorologia, que permite identificar a presença todos os tipos de hepatite viral. Em caso de resultado positivo para qualquer um deles, são iniciados os procedimentos para o tratamento”, salienta o especialista.
O período de terapia clínica das hepatites virais depende de cada caso e, nesse período, o trabalhador poderá ficar afastado de suas atividades laborais, dependendo dos sintomas. Por este motivo, é muito importante que as empresas também promovam palestras e iniciativas para conscientizar os funcionários da importância da prevenção.
O Seconci-SP conta com um time de especialistas que pode auxiliar as companhias com a construção de ações e palestras de conscientização aos colaboradores. Para mais informações, contate a entidade por meio do e-mail: relacoesempresariais@seconci-sp.org.br ou telefone: (11) 3664-5844.
Fonte: CDN Comunicação